Em prisão domiciliária

Estar em casa em permanência tem um efeito verdadeiramente nefasto em mim. Nem é só porque estou doente e não posso pôr a ponta do nariz nos cinco graus que me esperam lá fora, mas porque estar doente e ter que cuidar de uma bebé doente tantas horas por dia é arrasador. É por isso que o blogue tem estado assim nos últimos tempos, em modo hibernação. [Peço-vos desculpa por isso] No meu dia-a-dia comum, entretenho-me facilmente em casa e lido bem com o facto de passar muito tempo sozinha. Mas isso é apenas porque sei que posso sair sempre que me apeteça, nem que seja para comprar flores ou o jornal aqui na rua. Quando me vejo obrigada a estar em casa, qual prisão domiciliária, o caso muda de figura. Desta vez (vejam só!), a gripe alastrou-se à retina e fartei-me de alguns elementos da decoração – o meu marido diz que é uma embirração temporária que pode regredir a qualquer momento, eu acho que já ultrapassei essa fase e quero mesmo é vê-los pelas costas.Comecei pelo candeeiro de tecto da sala, estendi-me ao tapete do hall de entrada e de, cada vez que dou por mim a olhar,...

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