omelete

Os dias começam muito cedo e são todos diferentes. Hoje, enquanto escrevo estas linhas, os outros três dormem, ciosos do seu espaço.  Eu também devia juntar-me àqueles sonhos e descansar mais. É o que toda a gente me diz. A língua das pessoas está sempre pronta para discorrer sobre o que é melhor para nós: o que devíamos comer, o que devíamos fazer, olha que tens que dormir, não estejas ansiosa que isto passa, não trabalhes tanto, para que cozinhas agora, deixa lá as fotografias, não precisas de ser tão perfeccionista, tu agora não podes ter a mesma vida, tu devias fazer o que te digo, Ana. Não é por mal, que eu sei. São amigos, são família e preocupam-se. Mas alguma vez me terão perguntado se estou feliz com todas as coisas que faço? Se o que “não devia fazer” não é precisamente aquilo que mais fôlego me dá para lidar com tudo o resto? O cansaço acumula-se, é verdade. Quando vem aloja-se e as forças que restam não são suficientes para lhe bater com a porta na cara.  Combatê-lo de forma mais ou menos eficaz passa sobretudo pela comida: proteínas (os ovos têm o seu lugar cativo), cálcio,,...