Quarentena: o que devo comprar no supermercado?

  Nos longínquos anos 90, lembro-me de imaginar (desejar) o teletransporte, carros que voavam, um robot doméstico que me ilibava de tudo o que, na altura (e agora!), me maçava. Mas não. Pelo contrário. Ainda andamos a ensinar as pessoas a lavar as mãos.   O que eu nunca imaginei foi isto: um verdadeiro cenário de filme pós-apocalíptico adaptado à realidade. As maiores cidades da Ásia estão desertas, vêem-se corridas desenfreadas aos supermercados para, depois, se confinarem as pessoas a quatro paredes e os pivots de televisão alertar-nos para o perigo que já é perfeitamente palpável.  A cada dia as restrições aumentam e o drama coletivo também.   Somos os primeiros humanos a viver uma pandemia na era da informação.   Em alturas de crise, é normal que o nosso instinto de sobrevivência fale mais alto, que o medo se sobreponha à razão, que o nosso pânico do escuro e dos fantasmas assuma contornos que nós nem sabíamos existir.   Posso falar-vos por mim: nunca fiz compras em quantidade. Gosto de ir à mercearia do bairro várias vezes por semana e, cá em casa, nem sequer temos refeições congeladas, sejam compradas ou caseiras. Também nunca fiz um planeamento de refeições:,...

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