Tarte-creme de coco e limão

Apercebi-me de que estava absolutamente viciada, corrompida, dependente do iPhone no exacto dia em que fiquei sem ele. Levei-o para análise não-invasiva à iStore do Norteshopping e o pobre aparelho, que foi entregue ainda com vida, ficou em observação. O display não reagia. Mais tarde, foi enviado para o laboratório e não mais saiu do coma profundo. Passei uma semana a lamentar a sua ausência até que recebo um aviso de que estava à minha espera um equipamento novo. “Novo”, disseram eles. Comecei tudo do zero. Cópia de segurança feita, passwords repostas, aplicações descarregadas, imagens escolhidas, tons de toque, emparelhamentos vários, tudo isso capaz de me tirar anos de vida figurava agora no meu novíssimo companheiro. Um ou dois dias depois, estava eu parada no trânsito e o sol abrasador e satírico batia no ecrã do iPhone. “Não devo estar a ver bem”, pensei. Tirei os óculos de sol. Limpei o ecrã com a t-shirt, depois com o pano dos óculos e os riscos permaneciam. São internos, uma espécie de cruz que se prolonga e atravessa o ecrã. Voltei à iStore. Não estava particularmente bem disposta, não tinha tempo para passar a vida ali, estavam mais duas pessoas muito zangadas,...

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