Em Kafka à Beira-mar, Oshima, uma das personagens deste livro de Haruki Murakami, dizia que “a perfeição só pode ser atingida após uma série de imperfeições”. A conversa passa-se durante uma viagem de carro e a propósito de uma sonata, mas lembrei-me dessa frase enquanto fazia estas panquecas.
Testei a receita pelo menos três vezes, e de todas as vezes substituí ingredientes ou alterei as quantidades. Primeiro com leite magro, depois com bebida de côco; uma vez sem mirtilos, outra com; à terceira só acrescentei fermento. Ficam mais bonitas. Ao contrário do que sugere o escritor japonês, em nenhuma das vezes ficaram imperfeitas – só menos perfeitas. Mas eu sabia que podia melhorar. E a verdade é que se não tivesse feito todas aquelas experiências nunca chegaria a este resultado. Cozinhar, para mim, também é isto.
INGREDIENTES
[4 panquecas altas e fofas]
90 g de farinha branca fina
30 g de farinha integral
150 ml de bebida de côco (uso Alpro)
1 banana pequena, madura, esmagada
Meio copo de iogurte de aroma de côco
1 ovo
1 colher de café de fermento em pó (uso Royal)
1 pitada de sal
Mirtilos q.b.
PREPARAÇÃO
- Pela ordem indicada, juntamos todos os ingredientes numa taça, excepto os mirtilos, e mexemos com uma vara de arames.
- Acrescentamos os mirtilos e envolvemos com cuidado.
- Numa frigideira anti-aderente e sem gordura, deitamos uma concha de massa de cada vez. Assim que fizer pequenas bolhas, viramos a panqueca e douramos do outro lado. Repetimos o processo até terminar a massa.